Modelos bem-sucedidos de gestão e treinamento marcam a abertura do Congresso Olímpico Brasileiro

Palestras com referências internacionais, como a britânica Chelsea Warr e o holandês Maurits Hendriks, e destaques nacionais, caso de Bernardinho, movimentam o evento

13/04/2019
Modelos bem-sucedidos de gestão e treinamento marcam a abertura do Congresso Olímpico Brasileiro

Os diferentes modelos de gestão esportiva, as melhores estratégias de treinamento e as técnicas indispensáveis para exercer uma liderança sobre atletas e equipes deram o tom das palestras iniciais do Congresso Olímpico Brasileiro, realizadas na manhã deste sábado, dia 13, no WTC Events Center, em São Paulo. Destinado a gestores, treinadores e profissionais da ciência do esporte, o Congresso celebra também os 10 anos do Instituto Olímpico Brasileiro (IOB), Departamento de Educação do COB.

A abertura oficial do evento ocorreu às 9h, com discursos do presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley, e de autoridades nacionais, como o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, que dirigiu o IOB por seis anos, e o Secretário Especial do Esporte, Marco Aurélio Vieira.

A seguir, os participantes se dividiram em três espaços para acompanhar as palestras de referências do esporte mundial, conforme suas áreas de interesse: Gestão, Treinador e Ciência do Esporte.

Na Gestão, a Diretora de Performance da Agência de Esportes do Reino Unido (UK Sport) e o Diretor de Alta Performance do Comitê Olímpico da Holanda, Maurits Hendriks, transmitiram seus conhecimentos sobre o Sistema Organizacional do Esporte em uma mesa-redonda mediada pelo Diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara.

“Não realizamos um trabalho muito popular, pois precisamos de investimento a longo prazo. O segredo é saber como aplicar os recursos de forma inteligente e desenvolver estratégias que nos levem aos melhores resultados”, revela Chelsea, que atua na UK Sport desde 2005 e participou diretamente do surgimento de grandes atletas britânicos, como Helen Glover (bicampeã olímpica de remo) e Tom Daley (campeão mundial de saltos ornamentais aos 15 anos).

“Cada país tem a sua própria cultura e precisamos ver o que melhor se adapta para cada sistema. Mas é certo que não se pode criar um sistema esportivo se não houver um trabalho em conjunto, com clubes e federações. É um campo de trabalho muito complexo, onde começamos atuando junto a crianças talentosas e vamos até as organizações internacionais”, complementa Hendriks, que foi responsável pelo domínio da Holanda na patinação de velocidade em Sochi 2014, quando o país conquistou 23 das 36 medalhas possíveis.

Paralelamente à mesa redonda, em plenárias ao lado, Chris O’Brien, Vice-diretor de Performance do Instituto Australiano de Esportes (AIS), e Bernardinho, ex-técnico das seleções feminina e masculina de vôlei, compartilharam suas experiências sobre como solucionar problemas de equipes e manter a motivação de atletas multicampeões. O’Brien enfatizou questões técnicas, enquanto Bernardinho falou sobre sua especialidade: a liderança.

“Mais difícil do que ganhar é se manter no topo. Após o sucesso, é normal detectarmos certos tipos de comportamento. No meu caso, quando vi que aquela geração talentosa alcançou o topo mundial, precisei trocar alguns jogadores, por exemplo”, afirmou o treinador.

As atividades da manhã ainda reservaram palestras de Aaron Coutts, professor de Esportes e Ciência do Exercício na Universidade de Tecnologia de Sidney (UTS), e Roberto Nahon, Coordenador de Ações Médicas do COB. Enquanto o primeiro apresentou técnicas e métodos para monitorar as cargas de treino, como a taxa de esforço percebido, o segundo abordou a saúde no esporte de alto rendimento, apresentando parte do trabalho desenvolvido com o Time Brasil.