Faltando dois meses para a realização do II Congresso Olímpico Brasileiro, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) anuncia a participação de cinco profissionais de sucesso em suas áreas de atuação para um debate sobre o papel da mulher no esporte. A segunda edição do evento acontecerá em Salvador (BA) entre os dias 19 e 20 de março e terá a medalhista olímpica Isabel Swan como mediadora de uma mesa-redonda com a participação da também medalhista olímpica e atual CEO da Confederação Brasileira de Vôlei, Adriana Behar, da ginecologista esportiva Tathiana Parmigiano, da psicóloga Adriana Lacerda, além de José Roberto Guimarães, que falará sobre a perspectiva do treinamento esportivo para mulheres. Com o tema principal “Planejamento, um referencial de futuro para o Esporte Olímpico”, o Congresso Olímpico terá uma programação diversificada com palestras de especialistas internacionais e nacionais, vivências, exposições e discussões sobre o futuro do esporte. Os ingressos são limitados e estão disponíveis através do link https://congresso.cob.org.br/inscricao.
A mesa-redonda “A Mulher Atleta” abordará as várias características específicas do esporte feminino sob as perspectivas do treinamento esportivo, da área médica, da psicologia e da gestão. “O esporte feminino no Brasil é muito recente. Somente em 1996, as atletas brasileiras conquistaram as primeiras medalhas olímpicas. Nesse sentido, o potencial da mulher esportista é enorme e torna-se importante compreender as diferenças entre a mulher e o homem, tornando o caminho mais adequado para o planejamento e a preparação de atletas, especialmente num universo em que a participação feminina em Jogos Olímpicos atingiu a igualdade com o gênero masculino”, afirmou a gerente do Instituto Olímpico Brasileiro e atleta olímpica, Soraya Carvalho.
“As mulheres brasileiras fizeram bonito nos Jogos Olímpicos de Tóquio, com nove medalhas, o que só mostra a força que temos e o que podemos conquistar. Com certeza temos cada vez mais representatividade no sistema esportivo nacional. É uma construção, mas iniciativas como esta do Congresso Olímpico nos fortalecem ainda mais. Realizaremos um debate essencial, com mulheres poderosas que constroem o esporte no Brasil e no mundo, para discutirmos temas tão importantes. Mulher no esporte cada vez com mais informação, espaço, e consequentemente, resultados”, afirmou Isabel Swan, bronze olímpica na vela em Pequim 2008 e atual coordenadora da área Mulher no Esporte do COB.
Medalhista olímpica em Sydney 2000 e Atenas 2004 no vôlei de praia, Adriana Behar é um dos exemplos de sucesso dentro e fora das quadras. A atual executiva da CBV trará sua visão sobre a atuação da mulher na gestão esportiva brasileira. “Fiquei muito feliz com o convite para participar do Congresso Olímpico, ainda mais em um debate com tema tão relevante como a presença da mulher no esporte. Um dos objetivos da CBV é exatamente ajudar a pavimentar uma estrada mais tranquila e segura para novas gerações de atletas, na qual elas tenham opções de preparação para brilhar também após deixarem as quadras. Um caminho que permita que mais mulheres ocupem posições de gestão e liderança. Será um prazer falar um pouco sobre a minha experiência como atleta e gestora, dividindo esse momento com outras mulheres que são referência em várias áreas”, declarou Adriana Behar, que entre 2011 a 2018 ocupou o cargo de gerente-geral de Planejamento Esportivo do COB.
Outros palestrantes já foram anunciados no Congresso Olímpico como o gerente de Pesquisa e Inovação de Desempenho do Comitê Olímpico Holandês, Kamiel Maase; e o autor de best sellers internacionais e Ph.D em Marketing, Jonah Berger, e o futurista e humanista alemão Gerd Leonhard.
A grande novidade da segunda edição será o Prêmio Esporte Inovação, que vai escolher os melhores projetos em gestão e inovação que apresentarem soluções concretas para os desafios enfrentados no esporte nacional. Os cinco finalistas vão concorrer a grandes prêmios, como participar dos Jogos Olímpicos Paris 2024. A votação e o anúncio dos ganhadores serão realizados durante o segundo dia do Congresso.
Perfil das participantes da mesa-redonda “A Mulher Atleta”:
Adriana Behar
Medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Sydney 2000 e Atenas 2004, Adriana Behar ocupa desde fevereiro de 2021 o cargo de CEO da Confederação Brasileira de Vôlei. É a primeira ex-atleta e a primeira mulher a ocupar o principal cargo executivo de uma grande confederação no país. Como atleta, Adriana Behar deixou seu nome escrito na história do esporte nacional. Além das duas medalhas olímpicas ao lado de Shelda, foi seis vezes campeã Circuito Mundial, ouro no Pan de Winnipeg 99, oito vezes campeã do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia; medalha de Ouro no Goodwill Games 98 e eleita para o Hall da Fama do Vôlei de Praia em 2010. Após o fim da vitoriosa carreira na praia, Adriana se especializou em Gestão de Negócios pela IBMEC e teve muito sucesso como gestora esportiva no cargo de gerente-geral de Planejamento Esportivo do COB, posto que ocupou de 2011 a 2018. No COB, também concluiu o Curso Avançado de Gestão Esportiva, em 2011, chefiou duas missões de Jogos Olímpicos da Juventude, em 2010 e 2014, e presidiu a Comissão da Mulher no Esporte, em 2012.
Adriana Lacerda
Doutoranda em Psicologia Clínica e Neurociências (PUC-RJ) e mestre em Ciência da Motricidade Humana (Universidade Castelo Branco – UCB). Possui especialização em Psicologia Aplicada ao Esporte de Alto Rendimento (Universidade Veiga de Almeida – UVA) e formação em Terapia Cognitivo-Comportamental (CPAF-RJ). Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Atualmente é presidente da ASSOPERJ (Associação de Psicólogos do Esporte do Rio de Janeiro), supervisora, professora no curso de formação em Psicologia do Esporte do C.E.P.P.E (Consultoria, Estudo e Pesquisa em Psicologia do Esporte) e atende atletas jovens e adultos, amadores e profissionais, de modalidades como tênis, nado artístico, tiro esportivo, entre outro. É membro da ISSP (International Society of Sport Psychology). Tem mais de 17 anos de experiência na área tendo trabalhado em instituições de destaque nacional e internacional como Clube de Regatas do Flamengo, Confederação Brasileira de Judô, Seleção Brasileira de Nado Sincronizado e Comitê Olímpico do Brasil (Projeto Time Rio).
Isabel Swan
Primeira velejadora brasileira a conquistar uma medalha em Jogos Olímpicos – bronze na classe 470 em Pequim 2008, ao lado de Fernanda Oliveira –, Isabel Swan foi também finalista no Rio 2016, dessa vez com Samuel Albrecht, na Nacra 17. Atual coordenadora da área Mulher no Esporte do COB, ela integra desde 2019 a Comissão de Atletas da PanAm Sports, além de já ter sido membro do Conselho de Administração da CBVela. É embaixadora do Instituto Trata Brasil, vice-presidente do Projeto Grael e contribuiu para o desenvolvimento do Rating Integra. É formada em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e tem MBA em Gestão de Projetos pelo IBMEC, além de já ter trabalhado em grandes empresas, como Ernst & Young e Zinzane.
Tathiana Parmigiano
Ginecologista, obstetra e pós-graduada em Medicina Esportiva. Especializada em Ginecologia do Esporte, uma área que busca prevenir, diagnosticar e tratar particularidades associadas à mulher esportista ou atleta, amadora ou profissional. Desde 2011, atua junto ao Comitê Olímpico do Brasil no atendimento às seleções brasileiras femininas de diversas modalidades como atletismo, futebol, handebol, ginástica artística, judô, natação, skate e vôlei, entre outras. Fez parte da equipe médica do COB nos Jogos Olímpico de Tóquio 2020, Rio 2016 e Londres 2012, além de outras missões internacionais. É fundadora e atual coordenadora do Ambulatório de Ginecologia do Esporte da Universidade Federal de São Paulo, criado em 2007.
José Roberto Guimarães
Um dos mais vitoriosos técnicos da história do esporte nacional, antes de se tornar treinador, teve uma carreia de sucesso como atleta. José Roberto Guimarães jogou pela seleção e destaca os Jogos Olímpicos de Montreal 1976 como um dos momentos mais importantes de sua história nas quadras. Em 1988 se tornou técnico e apenas quatro anos depois assumiu a seleção masculina e a liderou ao inédito ouro nos Jogos Barcelona 1992. Em 2000, chegou ao comando da equipe feminina onde conquistou três medalhas olímpicas, dois ouros (Pequim 2008 e Londres 2012) e uma prata (Tóquio 2020), nove Grand Prix, um ouro nos Jogos Pan-Americanos, 10 Sul-americanos, duas Copas dos Campeões, entre outros títulos importantes.